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    Políticos e artistas baianos criticam e não aceitam a "cura gay"

    A Comissão de Direitos Humanos, comandada pelo deputado federal Marco Feliciano (PSC), aprovou o projeto da “cura gay”, nesta terça-feira (18). De acordo com a matéria, psicólogos agora poderão promover tratamento com o objetivo de curar a homossexualidade. O projeto ainda deve passar pelas comissões de Seguridade Social e Constituição e Justiça. Por mais absurda que pareça há os que concordam com a proposta.



    Na Bahia é o caso do deputado estadual Pastor Sargento Isidório (PSB), que atualmente responde a um processo interno no seu partido referente às declarações contra homossexuais. Para ele, esta é a melhor opção para aqueles que se “acharem incomodados com a situação”. “Ser gay é um desvirtuamento de comportamento, não é uma doença, portanto são os psicólogos que realmente precisam atender essas pessoas. Concordo plenamente. Este projeto é uma felicidade e precisa ser aprovado o quanto antes”, anima-se.

    A origem da proposta, que revoga uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que proibia os profissionais da área a aconselharem gays, é desaprovada pelo parlamentar. “Só os desavergonhados podem proibir um profissional de trabalhar voluntariamente. Eu fui ‘bicha’, não procurei um psicólogo, pois fui direto a Jesus, mas as pessoas tem que ter o direito de procurarem atendimento quando acharem necessário, quando perceberem que algo de estranho está acontecendo e se livrarem disso”. Dentre as propostas do deputado está a criação de um centro de recuperação para dependentes químicos que atendam exclusivamente homossexuais.

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     Na contramão da proposta está o presidente da comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Joseildo Ramos (PT). “Isso é um culto à homofobia. Acredito que isso é uma afronta a todo o avanço que o nosso País tem dado, à democracia. Os deputados federais só podem estar brincando com o cidadão brasileiro. E isso só vai causar ainda mais desconforto para a própria política atual”.

    Ainda de acordo com o parlamentar, é possível que a matéria não passe pela comissão de Constituição e Justiça, pois fere as cláusulas pétreas da Constituição Brasileira. “Por ser preconceituoso, é possível que não seja aprovado e encaminhado para votação”. E completa: “É um absurdo isso. Com tanta coisa para se votar e pautar, eles aprovaram o retrocesso”.
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    Paulete Furacão, coordenadora do Núcleo LGBT da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos da Bahia, brincou com a situação. “Vou avisar na secretaria que amanhã não trabalho, pois estou doente, preciso da cura gay”, mas completou: “É assim que percebemos o tipo de políticos que elegemos. Isso é revoltante, um retrocesso a tudo aquilo que estamos conquistando. É uma afronta à comunidade LGBT e uma limitação da liberdade humana. A primeira cura deveria ser a da corrupção”.

    Sobre as declarações do Pastor Sargento Isidório (PSB), Paulete foi enfática. “Ele deveria ser o primeiro a experimentar a cura, já que diz que teme uma recaída”.

    Redes sociais

    Artistas e ativistas também colocaram suas opiniões nas redes sociais. A cantora Daniela Mercury comentou no Twitter: “Cura gay aprovada pela deslegitimada comissão dos direitos humanos. Um absurdo! Tantos problemas no país e a comissão reitera sua homofobia”.


    O presidente do Grupo Gay da Bahia, Marcelo Cerqueira, escreveu no Facebook. “É tanta desgraça. Cura gay aprovada pela comissão homofóbica de Direitos Humanos. Veto ao kit de combate à homofobia nas escolas... não pude controlar minhas lágrimas ao ver 30 anos sendo destruído pela intolerância religiosa, na saúde e na vida de todos nós...”
    O apresentador Marco Luque também indignou-se. “Não acredito que esse papo de ‘cura gay’ tá indo pra frente... Fala sério. Precisamos de políticos que realmente represente a Nação”.


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